Agenda



 


   




Março

Ø 20-03-15 Vigília pelo encontro com Deus- Ibav Itanhaém.

Ø Durante o jejum todas as células serão um evento ponte.

Ø 21-03-15  Evangelismo de Rua - Com os Jovens e família.

Ø 21-03-15 Inicio do jejum do encontro.

Ø 21-03-15 Culto especial com o Pastor Leonardo de Itanhaém.

Ø 27-03-15 Vigília pelo encontro com Deus- Ibav Praia Grande.




        Abril

  Ø 03-04-15 Vigília pelo encontro com Deus-
                        Ibav Mongaguá.

  Ø 11-04-15 Encontro com Deus
                (Ibav- Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém).



MEU LUGAR DE REPOUSO


E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre Ele. João 1.32
Pousar nesse texto aponta para um lugar de repouso, descanso, paz e alegria. Jesus veio ao mundo com uma missão dupla: salvar todo aquele que estava perdido e cumprir o propósito eterno de Deus.
Qual é o grande sonho de Deus, o grande propósito? Deus quer uma habitação, um lugar para o Seu descanso.

1.     UM DEUS QUE NÃO SE CANSA
A grande questão que devemos fazer é essa: Deus se cansa? Deus precisa de descanso?
A resposta para essa pergunta é clara e absoluta: Deus não se cansa.
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Isaías 40.28
Mas se Deus não se cansa, porque a Palavra afirma que no sétimo dia Ele descansou de Suas obras? Porque descanso na Bíblia tem significado: contentamento, satisfação, alegria, prazer.
O descanso de Deus está ligado ao cumprimento do Seu propósito, da Sua vontade, da Sua justiça. Todas as vezes que alguém responde ao propósito do Senhor e cumpre a Sua vontade, isso gera alegria, contentamento e prazer no Pai.

2.     DESCER E POUSAR
Em Cristo podemos ver isso claramente: o Espírito desceu, mas também repousou em Cristo.
Antes de qualquer coisa precisamos compreender que no Novo Testamento o Espírito Santo HABITA em nós. O Espírito não vem e vai, Ele habita em nós (1Coríntios 6.17). Nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
Uma coisa é sermos salvos e recebermos o Espírito Santo em nós. Outra coisa é nos tornarmos o lugar do Seu prazer. Você pode morar em uma casa e lá ser o lugar do seu prazer, do seu descanso. Todos os dias você sai para trabalhar, para guerrear, conquistar, mas o seu desejo é estar em casa – seu lugar de paz, aceitação, recarga, gozo e alegria.
Mas é possível alguém morar em um lugar que não é assim. O lugar é sujo, bagunçado, sem paz e cheio de confusão.

3.     NÃO ENTRISTEÇA O ESPÍRITO
Deus está nos chamando hoje para sermos um lugar de repouso, de alegria e prazer dEle. Mas precisamos fazer escolhas para isso.
E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Efésios 4.30
O que entristece o Espírito? O pecado. Todas as vezes que escolhemos viver uma vida fora da vontade do Senhor e escolhemos atitudes contrárias à santidade entristecemos o Senhor. Esse capítulo de Efésios lista algumas dessas atitudes que entristecem o Espírito: falar mentira (v.25); aquele que furtava não furte mais (v.28); não saia nenhum palavrão da sua boca (v.29); longe de vocês toda amargura, cólera ou gritaria, blasfêmias ou todo tipo de malícias (v.31).

4.     NÃO APAGUE O ESPÍRITO
Uma coisa é entristecer. Outra é apagar o Espírito. Apagamos o Espírito Santo quando desprezamos a Sua vontade para nossas vidas.
Não apagueis o Espírito. 20 Não desprezeis as profecias. 1Tessalonicenses.

Apagamos o Espírito quando desprezamos a Palavra e o propósito de Deus para nossas vidas. Precisamos ter revelação do propósito eterno de Deus. Ore por isso constantemente: “Espírito Santo, abra os meus olhos. Me dê revelação do propósito eterno do Senhor para a minha vida”.
Deus não apenas te salvou para te livrar do inferno. Deus te salvou para cumprir um propósito.
O PROPÓSITO ETERNO TEM A VER COM ESSA QUESTÃO DO LUGAR DE REPOUSO. NA BÍBLIA, ESSE LUGAR É CHAMADO DE IGREJA – A CASA, A HABITAÇÃO DE DEUS.
Isso não tem nada a ver com prédios. Isso tem a ver com o Corpo.
Todas as vezes que Deus libera um dom, dá alguma revelação ou ministra em nossa vida, Ele visa a EDIFICAÇÃO DO CORPO, DA CASA (1Coríntios 12.7, 1Coríntios 14.12, 1Coríntios 14.26).

5.     NÃO BASTA SANTIDADE. PRECISAMOS DE CONSAGRAÇÃO
Deus espera de nós mais do que uma vida de santidade. Deus espera que cada filho seja CONSAGRADO ao Seu propósito.
Há uma completa diferença de impacto e resultados para o Reino entre a vida de um homem que é apenas santo e outro que além de santo é consagrado ao propósito.
Imagine um homem santo. Ele lê e crê na Bíblia. Ele adora todos os dias a Deus em sua casa por 3 horas seguidas. Ele sinceramente ama o Senhor.

Mas por não ser consagrado ao propósito, tudo o que ele tem recebido acabará nele mesmo. O diabo não se importa com um homem assim. Ele não afeta em nada o império das trevas, ele não constitui nenhum tipo de ameaça para o inferno. Sabe por que? Porque o impacto da sua santidade não conquista.
Precisamos hoje entender que o que traz descanso ao Pai é o cumprimento do propósito.

6.     ATITUDE, VISÃO CLARA E DECISÃO
Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. 14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. 17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

ATITUDE – dirigiu-se

DECISÃO – caminhando para a morte (batismo)

VISÃO CLARA – assim nos convém cumprir toda a justiça

JESUS ERA COMPLETAMENTE SANTO E PERFEITO. Mas além disso, Ele foi completamente CONSAGRADO ao propósito. Qual era o propósito? O propósito era MORRER  para que outros pudessem nascer. 
O propósito era entregar a sua vida para que a CASA, A HABITAÇÃO, o LUGAR DE REPOUSO do Pai pudesse ser edificado. Por isso, Ele se tornou o lugar do prazer, do repouso do Senhor.


A estratégia maligna

A estratégia maligna

Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.

Deus tem um desejo no seu coração. Podemos dizer com toda certeza que o desejo de Deus é colocar-se a si mesmo dentro do homem. Deus deseja que Cristo habite dentro de um povo de modo que este povo seja seu próprio corpo vivo, uma extensão de si mesmo. 

O propósito eterno de Deus tem um ponto central. Toda a Bíblia tem um ponto central. E o ponto central em torno do qual giram todas as outras verdades espirituais é este: “ Cristo em nós “. Cristo sendo a nossa vida.

Uma vez que cada crente possui a vida de Deus dentro de si ele está apto para ser um ministro, um sacerdote do Senhor.

Depois da ressurreição e ascensão do Senhor, Deus começou a concretizar o seu  propósito de ter entre os homens uma expressão viva de Cristo. Este é o eterno desejo de Deus que será concretizado nessa época em que vivemos. Se não desviarmos os nossos olhos e não tivermos outras preocupações esta visão da Palavra de Deus ficará clara para nós. A igreja é o mistério de Deus oculto desde a eternidade.

A visão de Deus é maravilhosa, mas logo depois que o Senhor começou o seu projeto, Satanás veio para interferir e tentar impedir os planos de Deus. A história da Igreja na terra já vai para quase dois mil anos e em todo esse tempo Satanás esteve bastante ativo no seu intento destrutivo. Inúmeras vezes e de várias formas ele tem agido contra a Igreja. Há uma maneira bem simples de estudarmos as estratégias do inimigo. Podemos dividi-las em três fases durante a história nesses dois mil anos:

Primeira estratégia - Desviar os olhos do “Cabeça”, Cristo

O centro da vida cristã é o próprio Cristo. Ele deve ser o nosso deleite, o centro e a realidade. A vida de Cristo deve ser cada vez mais superabundante em nós e por meio de nós. O seu propósito só pode ser alcançado se os nossos olhos estiverem focalizados em Cristo, desfrutando dele, deleitando nele e alimentando dele. Mas Satanás suscitou muitos substitutos sutis, muitas imitações inteligentes.

Desde os dias de Paulo podemos ver a ação do Diabo nessa direção. Paulo escreveu aos colossenses para tirar um substituto de Cristo que surgira deles: a filosofia. A filosofia humana havia sido introduzida para desviar os olhos de Jesus. Por isso Paulo escreveu dizendo-lhes que Cristo precisa ser tudo em todos (Cl.3:11). Paulo os advertiu que ninguém os enredasse com filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo. (Cl.2:8)

Na carta aos hebreus podemos ver que inimigo tentou usar a própria religião judaica para desviar olhos de Cristo. O Escritor aos hebreus procurou mostrar que Cristo está acima de todas as coisas e é melhor do que todas as coisas do Velho Testamento.

O livro de gálatas foi escrito para expor outro dos substitutos lançado pelo inimigo. A lei foi dada por Deus e era absolutamente santa, boa e justa mesmo do ponto de vista de Deus. Mas até mesmo isso foi usado pelo inimigo para desviar a atenção de Cristo.
Desta forma vemos que a filosofia, a religião e a lei são todas usadas para desviar o povo do próprio Cristo e desviar os seus olhos do centro.

Até mesmo os dons espirituais foram usados pelo inimigo tentando tirar a atenção de Cristo. Na carta de primeiro aos Coríntios, Paulo procura mostrar o caminho sobremodo excelente que é o próprio Cristo.

Hoje em dia isto ainda é muito comum. Deus me livre de dizer que os dons são coisas do passado ou que não vêm de Deus, mas devemos entender que os dons são instrumentos e não o centro do propósito de Deus. Muitos há que se envaidecem porque possuem um determinado dom e há outros que vivem numa disputa para ver quem tem mais dons. Tudo isso tem aparência de piedade, mas por detrás é obra maligna.

Se olharmos a história da Igreja depois do segundo século até os dias de hoje veremos ainda muitos outros substitutos. Um que tem sido muito usado é o ritualismo e a liturgia. Há aqueles que são rígidos, frios e que não permitem que Cristo se manifeste na reunião. Se o Espírito Santo na verdade se manifestasse em uma reunião assim não seria bem recebido. Colocaram a liturgia como dogma e vivem em função dela. 

Por outro lado há aqueles que repudiando esta atitude caem no oposto sem perceberem que também estão desviando os olhos do povo para fora de Cristo. São aqueles que colocam atrativos humanos nas reuniões. Quando o Senhor não está presente é certo que precisarão de outra coisa para substituí-lo. Surgem então os artistas da música com lindas vozes e belos instrumentos, verdadeiras bandas e orquestras que entusiasmam o povo e os atraem para o culto. 

Há ainda os artistas do púlpito que com suas mensagens engraçadas e divertidas atraem a muitos. Muitos não satisfeitos com isso ainda fazem produções teatrais, verdadeiros “shows” para agradar a congregação. Não somos contra nenhuma forma de  expressão, mas devemos ser bastante criteriosos e observamos se Cristo está sendo o centro de tal expressão litúrgica. Devemos voltar os nossos olhos para Jesus.

Muitas vezes até os próprios irmãos se tornam substitutos e ainda por vezes a própria teologia desvia o nosso olhar do centro quando se perde em discussões sobre pontos que reconhecidamente são secundários no espaço da vontade eterna de Deus. Devemos ser cuidadosos e vigilantes para não desviarmos os olhos do Senhor.

Mas nos deparamos com a pergunta, como corrigirmos este sério problema? Devemos evidentemente nos voltar para Jesus, mas a melhor estratégia para isso são as reuniões menores, as células. Vejamos alguns motivos:

a) Dificilmente na célula haverá oportunidade para discussões filosóficas, teológicas e coisas assim. Quando nos reunimos é para desfrutar do Senhor e edificarmos uns aos outros pela palavra e pelo Espírito.

b) Em uma célula não há liturgia nem formalismo religioso, pois tudo é feito espontaneamente. Também não há os atrativos das grandes reuniões como bandas de música, os “grandes pregadores“, os belos números especiais e assim por diante. Quem vai a uma reunião da célula está indo por causa de Jesus, pois não haverá outro atrativo que não seja Ele.

c) Nas células não há espaço para “shows“ de qualquer espécie que desviam a atenção do centro.

d) Nas células não há espaço para o ativismo religioso. Há muitos que pensam que o mais importe é construir prédios e cuidar de coisas materiais da obra de Deus. Isto também se constitui em um grande substituto para Cristo. É como aquela pessoa que está entediada e procura preencher seu tempo fazendo mil coisas. Nas células não se constrói nada e nem há patrimônio para ser preservado. Toda a atenção é voltada exclusivamente para Jesus e sua igreja.

A primeira grande estratégia do inimigo foi desviar os olhos do Cabeça do corpo e mostramos como as células são um instrumento divino para destruir esta estratégia.

Segunda estratégia - Tirar as funções dos membros do corpo

A partir do quarto século o inimigo criou o sistema de clérigos e leigos. Isto aconteceu logo depois que a igreja tornou-se a religião oficial do império romano. Depois de procurar de todas as formas desviar os olhos da cabeça e se possível deixar o corpo sem cabeça, que fez inimigo? Inventou um sistema de clérigos e leigos. Qual foi a sua intenção em fazer isso? Foi a de matar todas as funções dos membros do corpo. Originalmente todos os membros funcionavam adequadamente, mas gradualmente as funções foram sendo passadas para um pequeno número de cristãos. Desde que a maioria foi posta de lado o corpo ficou inutilizado, paralisado.

Observe bem a maneira como o inimigo agiu: primeiro tirou a cabeça do corpo, agora tirou as funções dos membros do corpo. Ele anestesiou o corpo. Devemos nos levantar contra esta estratégia maligna. Na igreja do Senhor todos são sacerdotes, todos ministram diante do altar, todos conhecem a Deus e todos tem acesso ao Santo dos Santos. Não há privilegiados.

Hoje em dia com tantos reverendos e doutores em divindade o inimigo tem conseguido anestesiar os membros para que não funcionem. Há dois tipos diferentes de funcionamento desta estratégia. O primeiro tipo é quando os clérigos se colocam acima dos leigos afirmando que são eles os que sabem, os que conhecem e portanto são incontestáveis. Chegam mesmo a proibir os membros de pregar, ensinar ou fazer qualquer outra coisa. Hoje em dia, em muitos lugares a única função dos membros é ir ao prédio da igreja e se assentar no banco olhando prá frente para ouvir o reverendo, o pastor. 

Transformamos a vida da Igreja em algo patético. Um certo desenhista plástico foi convidado para pintar um quadro retratando a igreja. No seu quadro ele pintou um monte de nádegas com dois olhos enormes em cima. Isso mostra realmente o retrato da igreja: um monte de nádegas com dois olhos esbugalhados. Os membros da igreja só sabem sentar e olhar pra frente, nada mais.Com as nádegas se assentam, com os olhos veem. São as únicas funções que desempenham.

O segundo tipo de clericalismo é consequência do primeiro. O povo fica tão acostumado a esta situação que ele mesmo contrata um pregador profissional, um funcionário do púlpito e exige que ele faça a obra de Deus enquanto eles apenas dão o dinheiro. No primeiro caso o clero proíbe o povo de falar. No segundo caso o povo não quer falar e obriga um profissional a abrir a boca.

Qual a estratégia devemos usar para combater esse veneno da serpente? Mais uma vez a minha resposta são os grupos menores, as células. Vejamos porquê:

a) Em uma célula todos tem oportunidade de falar e não apenas uns poucos privilegiados.

b) Em uma célula todos evangelizam. Hoje em dia evangelizar se transformou em simplesmente convidar para ir ao culto. Na célula, porém, não se faz apenas um convite para a reunião de domingo, mas se evangeliza lá  fora, onde os pecadores estão.

c) Na célula não existe um profissional à frente formado em alguma faculdade, mas o líder é formado pelo discipulado pessoal. Ainda que haja níveis de autoridade e diferentes funções, não há clérigos e leigos, todos funcionam, todos trabalham.

Terceira estratégia - Dividir o corpo

Veja que o inimigo em primeiro lugar tirou a cabeça do corpo, depois anestesiou os membros  tirou as suas funções, mas agora ele lançou seu último ataque, ele cortou o corpo em pedaços. Dividiu o corpo.

Satanás não ficou satisfeito com apenas os dois primeiros itens. Ele deu um outro passo criando todas as denominações e divisões do corpo de Cristo. Esfacelando o corpo o inimigo procura destruir a expressão de Cristo na Terra. A vida foi substituída, as funções foram anestesiadas e o Corpo foi cortado em pedaços.

Eu calculo que há em Goiânia cerca de 500 mil crentes. Suponha que estes 500 mil cristãos estivessem unidos numa única igreja em Goiânia. Que impacto seria! Se houvesse tal testemunho seria fácil conquistar toda a terra para Cristo. Qual o lugar neste planeta onde se pode dizer que o inimigo não causou todos esses três estragos? A expressão da igreja está realmente arruinada. Mas o Espírito está mudando esse quadro.

Temos visto o lado negro da questão, mas há outro lado que tenho que falar, Deus está se movendo na terra. Deus está restaurando a sua Igreja. Qual o caminho desta restauração? Creio que o caminho de ida deve ser o mesmo caminho de volta.

Em primeiro lugar devemos voltar toda a nossa atenção para Cristo como o centro da nossa vida. Devemos nos levantar contra substitutos e repudiar toda obra meramente humana sem a vida de Cristo como centro. 

Em segundo lugar o sistema de clérigo-leigos deve ser abolido de nosso meio. Todos os membros do corpo devem funcionar adequadamente. Precisamos rejeitar toda forma sutil de clericalismo.

Em terceiro lugar devemos buscar a restauração da Igreja. Devemos ser contra toda divisão humana. Não penso que as denominações vão se unir, mas creio que o povo de Deus que está dentro das denominações vão prevalecer na unidade. O povo de Deus é pela unidade, mas os líderes das instituições humanas querem resistir a Deus.

As celulas podem ser um instrumento de Deus para a restauração da unidade da Igreja. De que forma?

a) As células não são instituições e não tem nome na frente da casa como os templos religiosos.


b) Nas células o preconceito e as divisões são abolidas, pois cristãos de várias denominações que residem em um bairro se sentem livres para participar.

Revelação, Visão e realidade

Revelação, Visão e realidade


Vamos começar hoje a nossa caminhada para reafirmarmos a prática da visão de células na vida da Igreja. Já estamos praticando essa visão por mais de quinze anos e temos experimentado crescimento, vida abundante e uma sólida edificação da Casa de Deus. Mas ainda precisamos avançar mais.

Não é simples trazermos para a nossa prática aquilo que já sabemos em nossa mente. Frequentemente professamos crer de uma forma, mas agimos de forma contraditória sem nem mesmo nos darmos conta disso. Creio que temos a revelação do Senhor sobre a sua casa, mas precisamos de espírito de sabedoria para a colocarmos em prática.

Não é por acaso que a única oração de Paulo em suas epístolas é para que os crentes recebessem espírito de revelação e sabedoria.

Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Ef. 1:16-17

Paulo nunca orou para que as igrejas crescessem. Será que o crescimento não era algo importante para ele? Eu creio que sim. Penso que ele nunca orou por crescimento porque ele sabia que o crescimento seria o resultado natural de uma igreja cheia de revelação e sabedoria.

Essa também tem sido a nossa oração nesses dias. Precisamos aprender a aplicar as verdades da visão em cada aspecto de nossa vida. Precisamos abandonar toda contradição.

No processo de Deus de trazer a sua verdade para a nossa experiência passamos por três fases: a revelação, a visão e a realidade. Podemos perceber esta seqüência na experiência de Pedro em Mateus 16 e 17. Num primeiro momento ele teve a revelação de que Jesus era o Filho de Deus, depois ele subiu com Jesus no monte e pode ter a visão. A visão seguiu a revelação. Mas mesmo depois de termos a visão podemos falhar na aplicação, na realidade, como vemos a falha de Pedro na questão do pagamento do imposto.

Esta seqüência da experiência se aplica a qualquer verdade espiritual, mas pode ser particularmente perceptível no processo de estabelecimento da visão de células. Vamos ver cada momento da experiência de Pedro a aplicá-la à visão que temos praticado.





Revelação

Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Mt. 16:13 a 17

O primeiro estágio da experiência de Pedro foi a revelação. O povo dizia que Jesus era Jeremias, João Batista ou algum dos profetas, mas Pedro recebeu a revelação: “Ele é o filho do Deus vivo”. Foi Jesus mesmo quem disse: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que te revelou, mas meu Pai, que está nos céus.”

A primeira fase é sempre a revelação. Revelação é simplesmente ter algo desvendado diante de nossos olhos, antes não víamos, éramos cegos, mas agora vemos claramente.

Este é o primeiro estágio de qualquer propósito ou chamado. Muitos nem sequer pensavam a respeito da visão de células, mas houve um dia em que ouvimos algo, uma pregação um testemunho e aquilo tornou-se claro para nós.

Depois de ter a revelação Pedro mudou de nome, de identidade, é como se a partir de agora ele fosse outra pessoa. Antes era apenas Simão, mas agora seria chamado de Pedro. Creio que o mesmo tem acontecido com muitos de nós. A revelação da visão de células tem mudado nossa identidade, somos vistos e conhecidos de outra forma, e as pessoas até mesmo se referem a nós como aqueles que seguem uma visão.

Mas a revelação somente não é suficiente. A mudança de Pedro não foi tão profunda quanto se esperava. Logo depois da revelação tremenda de Jesus como Filho de Deus Pedro foi severamente repreendido por Jesus. O Senhor chegou mesmo a repreender o diabo em Pedro. Ele sabia quem Jesus era, mas não entendia as implicações desta revelação (V. 21).

Muitos têm tido a revelação das células, mas não entendem as implicações práticas de tal revelação. Entenderam o princípio, mas desconhecem os valores desta revelação. Receberam a revelação da realidade da vida da Igreja nas células, mas ficam chocados quando percebem que a distância entre esta revelação e a prática é quase astronômica.

É um tempo de confusão e perplexidade. A revelação queima em nosso coração, mas não podemos operacionaliza-la, sentimos um grande impulso de avançar, mas de forma assombrosa sentimos que nos falta algo e empacamos. Se tivermos fé e ousadia suficiente poderemos entrar no segundo estágio, a visão.
Visão

É interessante que mesmo recebendo uma repreensão tão severa do Senhor Pedro ainda foi convidado para ter uma experiência no monte e ter o estágio seguinte da revelação: a visão.

Seis dias depois de receber a revelação Pedro foi levado a um alto monte e ai o Senhor foi transfigurado diante dele. Antes ele recebera a revelação, mas agora ele podia ver com os próprios olhos que de fato Jesus era o filho de Deus. 

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Mt. 17:1e 5

A visão vem sempre depois da revelação. Quando temos visão sem revelação ela é apenas uma experiência mística.

Quando temos a visão a sensação é como a que os discípulos tiveram, ficamos completamente extasiados. É comum ouvirmos pessoas dizendo: “nunca pensei que os grupos eram algo tão bom!” “Como é possível eu ter vivido todos esses anos sem a visão da igreja nas casas?”, dizem muitos. A visão é empolgante, é contagiante.

A revelação pode ser algo ainda meio distante e embaçado, mas a visão é nítida, prática e operacional. Começamos a entender os meios de entrar na prática, chegamos mesmo a ter alguma experiência e podemos testificar que a visão é boa e mana leite e mel.

A revelação é subjetiva, mas a visão é mais nítida e objetiva. Pedro tinha tido o entendimento de que Jesus era o filho de Deus alguns dias antes, mas agora no monte ele está vendo Jesus transfigurado em glória diante de seus próprios olhos atônitos.

Mas a história não termina aqui. Vendo Elias, Moisés e o próprio Senhor em glória, Pedro sugeriu que se fizesse três tendas, mas ele é interrompido pelo próprio Deus Pai que troveja do meio da nuvem dizendo: “este é meu Filho amado em quem tenho todo o prazer”.

Pedro havia recebido tudo o que seria possível receber. Primeiro ele recebeu a revelação, depois teve a visão e agora ouviu o próprio Deus lhe dizendo que Jesus era seu filho. Isto é o máximo que alguém pode receber de instrução.
Mas mesmo diante de tudo isso Pedro ainda não foi capaz de aplicar o conhecimento de que Jesus era o Filho de Deus na sua experiência. Infelizmente essa tem sido também a nossa experiência. Temos a revelação, tem os a visão, mas ainda temos enorme dificuldade de aplicarmos essa visão à nossa realidade.

Realidade

Depois de cada experiência vem o trabalho de Deus em nós com o fim de consolidar essa experiência em nossa prática de vida.

No capítulo 16 Pedro teve a revelação que Cristo é o Filho do Deus vivo, seis dias depois ele teve a visão de Cristo glorificado no monte, e ainda ouviu o própria declaração de Deus de que Jesus era o seu filho. Daquela hora em diante Pedro não podia dizer que não sabia quem era Cristo, ele tinha tido a revelação e a visão.
O problema é que mesmo depois de ter uma revelação seguida de uma visão ainda podemos ter uma imensa dificuldade de fazer uma aplicação prática. Alguns, por exemplo, já têm a revelação do princípio da cruz, já receberam luz de Deus, mas quantos conseguem aplicar o princípio da cruz em seu relacionamento conjugal? Muitos têm tido a revelação e até a visão das células, mas quantos têm conseguido aplicá-las na prática?

Numa ocasião aconselhava um casal que tinha tido um sério conflito conjugal. O marido tinha chegado ao ponto de empurrar agressivamente a sua esposa. Eu então lhe disse: “Como você teve coragem de agredir a Cristo? Ele, meio encabulado disse que não entendia o que eu queria dizer. Então lhe expliquei que a sua esposa era membro do corpo de Cristo e que agredi-la era o mesmo que agredir ao próprio Cristo. Ele certamente sabia doutrinariamente que a sua esposa era membro do corpo, mas ele não conseguia aplicar aquele conhecimento à sua prática.

Noutra ocasião eu disse a um outro casal que cogitava se divorciar: “como vocês podem declarar que Cristo vai divorciar-se da igreja? Eles ficaram perplexos. Então lhes expliquei que o casamento deles era uma figura de um casamento maior entre Cristo e a igreja. Eles estavam transmitindo a mensagem que se formos imperfeitos o Senhor também vai nos abandonar. Eles certamente sabiam dessa verdade. Não era novidade para eles, mas eles simplesmente não eram capazes de aplicá-la a eles próprios.

Foi exatamente isso o que aconteceu com Pedro. No final do capítulo ele foi questionado pelos cobradores de impostos se Cristo pagava o imposto das duas dracmas, Pedro respondeu precipitadamente segundo o seu conceito natural e não segundo a sua revelação e visão. Ele não conseguiu fazer uma ponte entre a visão a exigência da situação prática. Ele não conseguia enxergar a ligação entre Cristo ser o Filho de Deus e a necessidade de pagar o imposto do templo.

Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas? Sim, respondeu ele. Mt. 17:24 a 25

O imposto das duas dracmas era um imposto para manter o templo (Ex. 30:12-16 e 38:26). Se Pedro tivesse se lembrado da revelação, da visão no monte e até da voz do Pai dizendo que Jesus era o filho amado não teria respondido assim, mas ele respondeu segundo o seu conceito natural.

Por isso logo ao entrar em casa Jesus se antecipou e perguntou a Pedro: “Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos. Preste atenção Pedro, os filhos não pagam, lembra da revelação Pedro? e da visão no monte? lembra do pai dizendo que eu era o filho? Pedro lembre-se da revelação e da visão, eu sou o Filho de Deus, não preciso pagar. Demorou cair a ficha, mas Pedro deve ter entendido. Jesus mandou que ele fosse pescar um peixe onde ele encontraria uma moeda na goela ( Mt. 17:25-27). Penso que é para que Pedro pudesse ter tempo de meditar em todas as implicações de se conhecer a Cristo como filho de Deus. Ele de fato teve a revelação e a visão, mas não conseguia aplicar tudo isso na sua vida prática.

Uma coisa que precisamos aprender nesses dias é andar de acordo com a revelação e a visão recebida. Precisamos aprender a aplicar a revelação e a visão a todas as áreas de nossas vidas. Vejamos algumas situações práticas. Muitos têm visão de células, mas são extremamente clericais, creem que cada crente é um ministro, mas permitem que alguns poucos liderem. Dizem ser uma igreja em células, mas são incoerentes na aplicação dos valores.

Em qual estágio você se encontra hoje? Se ainda não teve a revelação das células essa mensagem deve estar parecendo algo distante e incompreensível. Não fique assustado, vá buscar a Deus e ele vai abrir os seus olhos.


O conhecimento precisa vir junto com a sabedoria

Já temos recebido revelação e conhecimento, mas agora precisamos receber sabedoria para aplicarmos esse conhecimento em nossa prática. Conhecimento é saber a verdade. A sabedoria é saber como aplicá-la. Conhecimento é saber que o tomate é uma fruta, mas sabedoria é não colocá-lo em sua salada de frutas.

O conhecimento é extremamente importante. O que acreditamos tem uma influência enorme sobre a nossa vida, e o que acreditamos, em última análise vem do que nós conhecemos. Mas nós nunca deveríamos parar apenas no conhecimento. Precisamos avançar e aprender como aplicar essa verdade. Este é passo da sabedoria. 

Muitos se contentam em acumular informações. Isso é conhecimento. Mas poucos sabem o que fazer com o conhecimento adquirido. Eu não quero apenas ter conhecimento, eu quero saber como  aplicar esse conhecimento na minha vida. Este é o momento onde a sabedoria torna-se necessária.

Em Mateus 16 Pedro recebeu o conhecimento de que Jesus era o Filho de Deus, mas no capítulo seguinte, quando perguntado se Jesus pagava o imposto do Templo, Pedro não conseguiu aplicar o conhecimento adquirido para dar uma resposta adequada. Jesus depois lhe explicou que uma vez que ele era filho ele não precisava de pagar o imposto para cuidar da casa do seu pai.

Pode ser que você já tenha a revelação. Você compreendeu a importância e a necessidade das células, mas ainda precisa ter os olhos abertos para ser incendiado com uma visão celestial. Algo que faça você desejar armar tendas e viver nessa visão.


Mas depois da revelação e da visão vem o estágio mais difícil, entrar na realidade da visão. É o momento em que a maioria falha. Pare agora mesmo e pergunte a si mesmo: como essa visão vai afetar cada aspecto da minha vida e da minha igreja? Se você conseguir responder esta pergunta você estará no caminho de ser aprovado e entrar na realidade da visão de Deus.